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domingo, 20 de março de 2011

Robert Polidori

6328 North Miro Street, New Orleans


Operating room in Hospital #126, Pripyat, 2001


Em tempos de tsunami, terremoto e acidentes nucleares, Robert Polidori resume tudo.
Com uma impressionante riqueza de detalhes, Polidori trata de grandes desastres naturais ou sociais da história recente. Ele registra cidades, interiores ou fachadas que sofreram violência ou abandono.
Suas imagens impressionam com uma beleza estranha, beleza de destruição, de caos.
O tempo fala.

5323 St. Anthony Avenue, New Orleans, September, 2005

2520_Deslondes, New Orleans, September, 2005



"Fotógrafo nascido no Canadá, desde criança mora e trabalha nos Estados Unidos. Ele atua com câmeras de grande formato – o que permite uma riqueza de detalhes e uma alta definição imagética – e registra a presença pela ausência. São as marcas deixadas pelo homem nas cidades depois que tragédias, catástrofes naturais ou sociais as atacaram.Sua temática é a cena urbana, ensaios realizados ao longo de 20 anos, como as fotografias feitas em Pripyat e Chernobyl, 15 anos após o acidente nuclear em 1986, a cidade de Havana, ou New Orleans depois da passagem do furacão Katrina em 2006. Apartamentos em Nova York, invadido por vândalos ou a construção comercial de Alexandria (Egito), Amã (Jordânia) e Varanasi (Índia). Em alguns momentos suas composições nos lembram cenas de cinema – não é à toa, visto que nos anos 70, em Nova York, trabalhou como assistente de direção em filmes experimentais, até passar a se dedicar inteiramente à fotografia a partir de 1979. Mas o que se destaca em suas imagens é a estética em aparente confronto com o que fotografa. Do Canadá, ele respondeu ao Estado.

Senora Luisa Faxas Residence, 1 #318, Miramar, Havana, 1997



Embora não sendo jornalista, seus temas são jornalísticos. Ao mesmo tempo, o sr. não fotografava o fato, mas fotografa o ‘depois’. Como se deu essa opção?
É porque meu interesse está voltado mais para a história e a passagem do tempo. Me interesso menos pelos fatos em si e mais pelas consequências dos fatos para a história, para o tempo.

Villa Isabel, formerly the house of the Parraga family, Vibora, Havana, 1997


Uma das características das suas imagens é que as pessoas quase não aparecem nas suas fotografias.Por quê?
Acredito que as fotografias são melhores quando fotografamos o que não se move. O cinema já é bem forte em representar o que se mexe. Eu gosto de fotografar as marcas deixadas pela vontade dos homens ou as suas consequências.

Por que optar por câmeras de grande formato. Uma decisão puramente estética?

Trabalhar com este tipo de câmera ou formato é crucial para meu trabalho, na medida em que acredito que o tempo necessário para trabalhar com este tipo de equipamento leva a uma imagem mais precisa, e, portanto, o significado da fotografia é mais profundo, os detalhes ficam mais evidentes o que traz uma melhor fotografia.


Teatro Capitolo, 1997


A estética das suas fotografias é impressionante e fascinante, ao mesmo tempo os assuntos retratados são tristes e violentos. Fale sobre esta contradição: estética X conteúdo.

Sou frequentemente criticado nos EUA por fazer imagens que são “demasiadamente bonitas” (ou estéticas) em contradição à violência ou pathos que costumo registrar. Sempre respondo: “Se fizer uma fotografia feia, você vai olhá-la por mais tempo?” Acredito que o paradoxo apenas aumenta a eficiência e o poder estético de uma imagem. Gosto de fotografar temas que estão de alguma forma ligados a eventos ou a lugares históricos a fim de mexer com as mentes das pessoas para que elas prestem atenção. As associações que elas vão fazer com seu conhecimento pré-existente podem ser negadas ou confirmadas pelo conteúdo das minhas fotografias. Tento fotografar da maneira mais “clássica” possível de forma a não desviar a atenção do espectador para fenômenos externos (manipulações estéticas artificiais). O que desejo é que o espectador fique com a sensação de que a realidade é realmente mais estranha do que qualquer ficção imaginada.

Classrooms in Kindergarten #7, "Golden Key", Pripyat, 2001



Mas o sr. usa photoshop. Não seria uma estética artificial?

Sim, em todas as imagens desta exposição utilizei o photoshop, mas fotografo analogicamente a cena original e depois escaneio cada imagem para digitalizá-la. O photoshop é usado para aproximar a cor de cada imagem àquilo que eu vi no momento em que estava fotografando.

Waiting room in Hospital #126, Pripyat, 2001



Em uma sociedade em que a maior parte das imagens realizadas está ligada a uma estética publicitária, como sair de uma estética do entretenimento?
Não assistindo televisão. Ou estando ciente de que o que é visto na televisão faz mal à sua saúde. Isso é o que ex-fumantes fazem para evitar voltar ao vício.

No início dos anos 70, o sr. trabalhou com cinema experimental. Traz ainda alguma influência desse aprendizado na suas fotografias?
Sim, eu fui muito influenciado pelo trabalho de Michael Snow e também de outros cineastas estruturalistas.

6539 Canal Street, New Orleans, September, 2005



Uma pergunta ampla: o que é a sua fotografia?
Eu tento fotografar lugares que tenham importância na memória histórica. Procuro fazer imagens emblemáticas do que isso significa. Tento estetizar e transformá-la numa imagem “artística”. Fotografo, portanto, o hábitat humano.

Como vê a entrada cada vez maior das fotografias dentro das galerias de arte? Essas questões fazem sentido para o senhor?
Sim, para mim é importante, pois eu vivo da venda das minhas fotografias, o que me permite realizar outros projetos. É um prazer ver cópias fotográficas bem produzidas em exposições, porque assim podemos ver a imagem em sua magnitude. Porém, acho mais conveniente ver imagens em livros do que ir às exposições, já que podemos vê-las (em tamanho menor) sempre que quisermos.
Classrooms in School #5, Pripyat, 2001

O que é uma imagem contemporânea?
De forma geral, para mim a “fotografia contemporânea” é um ícone em que diferentes verdades simultâneas coexistem, vivem ao mesmo tempo. É isso que a diferencia das outras fotografias, como as “ilustrativas” ou as “documentais”.

No que o sr. está trabalhando atualmente?

Estou começando a promover meu livro Versailles, um trabalho em três volumes que levei 26 anos para realizar. Também estou fotografando cidades que cresceram sem qualquer plano urbano predeterminado, como a famosa favela da Rocinha no Rio de Janeiro ou os acampamentos de Amã na Jordânia."
Do Trama Fotografica
Versailles

Versailles

sexta-feira, 11 de março de 2011

The Sartorialist




O blog do titulo é sobre moda. Mais que isso é sobre individualidade e estilo próprio, independente do main stream. Isso é uma coisa que está na minha cabeça rondando e que sentimos falta no que se trata de decoração, que é a área que eu estou envolvida. Aos poucos as pessoas estão conseguindo fazer uma casa com sua cara, com seu jeito e o Gabriel do Quarto e Sala tem mostrado isso.
Mas voltando ao The Sartorialist, o criador do blog e style hunter é Scott Schuman, que já foi consultor de estilo, e foi um pioneiro no lançamento de um blog visual. Hoje em dia ganha dinheiro com os anúncios do blog, faz campanhas para diversas grifes e ainda é convidado para eventos no mundo todo.


O que ele procura??
“a gente costuma achar que pra se ter um super estilo pessoal a gente tem que saber muito bem quem a gente é e no que a gente acredita. Eu discordo. Acredito que ter um certo conflito sobre a própria personalidade acaba levando pra expressões ainda mais interessantes. É por isso que os jovens, mesmo os jovens de alma, são aqueles que mais inspiram e mais ousam na moda. Eles ainda estão buscando sua identidade: “eu sou roqueira?”, “eu sou esportiva?”, “ou um pouco de cada?”. Essas contadições acabam gerando os looks mais interessantes”.

Pra conhecer um pouco do dia a dia dele, assista ao filminho:



E viva a liberdade de estilos!!!

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