A
essas alusões ficcionais misturam-se prédios que conhecemos de lugares
reais: já vi esse em Chicago, aquela cúpula está na Sé, ali a torre de
Ontário. Misturados a morros, essas cidades têm todas um certo sotaque
carioca: onde mais senão no Rio de Janeiro se vê um castelinho ao lado
de uma pedra monumental que parece apoiar o arranha-céu? E assim esses
desenhos vão escorrendo de canetas esferográficas e, vivos como uma
urbe, não respeitam a fronteira do papel, invadem a parede e zonas de
risco como janelas.
O vidro, aliás, é um suporte frequente para
experiências de Pedro Varela: olhando de janelas por onde a caneta de
Varela passou, podemos ver um castelo flutuar no céu ou plantas
exuberantes brotarem do topo de um edifício de concreto. Varela constrói
também seus mundos mágicos e fluidos com vinil adesivo colorido sobre
papel, vidro, parede, chão ou o que quer que esteja no caminho e queira
aderir a urbanização onírica.
AMO <3 |
Outro
suporte que reforça o aspecto onírico do traço de Varela é o tecido
esticado em bastidores redondos, que remetem a bolhas prontas para
desaparecer levando embora as paisagens fantásticas. Desde 2008, as
cidades de Varela aparecem também tridimensionais, construídas em papel
branco, suspensas por fios ou finíssimas palafitas.
Virtuose
do desenho e da capacidade de encantamento, Pedro Varela formou-se em
gravura pela escola de Belas Artes da UFRJ em 2005 e já expôs em várias
galerias do Rio de Janeiro, México e Chile. Em 2010 participará da
exposição coletiva “Gigante pela Própria Natureza” no IVAN (Valencia,
Espanha) e de uma individual no Paço das Artes, em São Paulo, como
selecionado da Temporada de Projetos.
Paula Braga"
Paula Braga"
Exposição do Pedro Varela na Zipper Galeria. MARAVILHOSO!!!!
Site do Pedro
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